O que é cromia cmyk?

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Neste post iremos esclarecer alguns dos conceitos básicos sobre Cromias CMYK. Este não é um guia cientificamente preciso ou um “manual definitivo sobre impressos”, mas ilustrarei alguns conceitos de maneira superficial, apenas para entrarmos no assunto. Sintam-se livres para enviar críticas construtivas, sugestões, recomendações, correções ou elogios nos comentários. Boa Leitura!

Para quê serve saber isso?

Compreender o processo de formação da imagem que será aplicada em seu produto personalizado é imprescindível para que seja possível definir com maior precisão alguns detalhes do seu projeto, tais como:

  • Qual é o tipo de impressão de Melhor Custo-Benefício;
  • Qual tipo de impressão apresenta os melhores resultados;
  • Como assegurar a tonalidade de cores de sua identidade visual no impresso;
  • Além de diversos outros fatores que serão discutidos neste blog.

A Cromia, ou PoliCromia, é a formação de cores no impresso através da utilização de 4 cores básicas que são:

  • Cyan (ciano)
  • Magenta
  • Yellow (amarelo)
  • BlacK (preto)

Estas cores básicas são chamadas de CMYK.

 

De volta para o passado

A maioria das pessoas (se não todas) já tiveram a oportunidade de brincar, aprender e criar experimentos com pinturas. O mais comum é a experiência com tinta Guache provavelmente.

Lembre-se de quando você aprendeu sobre as cores primárias: Vermelho, Amarelo e Azul. (Este não é o padrão CMYK, apenas serve para ilustrar o conceito que estamos explorando)

Começamos com o vermelho + amarelo, que resulta em laranja. Depois o Amarelo + Azul que resulta em verde, o Azul + Vermelho que resulta em roxo e assim por diante.

Muito provavelmente em nossas férteis imaginações já cogitamos quando éramos crianças: “Legal, vou misturar tudo para fazer uma cor bem diferente”. Bom, o resultado muitos já sabem: Uma cor escura, “amarronzada” que não parece preto, nem verde, nem marrom nem nada. Moral da história: sua pintura foi por água abaixo. OK, não é tão trágico assim mas com certeza decepcionante…

Outro conceito que todos sabemos é que o Preto é a ausência de cor e o Branco é a junção de todas as cores… Então quer dizer que nada fez sentido pois quando misturamos todas as cores, o resultado ficou preto, certo? Errado! E nós veremos o motivo de esta regra do branco ser verdadeira em breve.

Vamos lá!

 

De volta para o presente

A partir desta vivência que citei sobre a experiência da tinta Guache, já podemos imaginar o que acontece com a junção das 3 primeiras cores (CMY). Elas resultam em uma cor escura que teoricamente seria o preto. Mas esta cor preta não é ideal pois, como veremos mais a frente neste post, o preto resultante da junção das 3 primeiras cores do CMYK não é totalmente satisfatório (e você já constatou isso pelas suas experiências na pré-escola).

A fim de resolver este problema, foi criada a tinta K (chamada originalmente de BlacK ou de Key, cor-chave) é uma tonalidade especial que representa o preto puro, totalmente escuro e que não “puxa” outras cores como o marrom. Digamos que ela tenha a mesma função do lápis colorido preto, ou a tinta guache preta que satisfaz o que a junção das outras cores não consegue sozinha.

Veja na imagem abaixo a diferença entre o preto resultante de CMY e o preto resultante de K. (Clique na foto para ampliar)

cmyk

E como é feita a mistura das 4 cores CMYK no impresso?

Todos nós sabemos como misturar as cores de Lápis coloridos ou de Tintas Guache correto? (veja a imagem abaixo para refrescar a memória)
(Clique na foto para ampliar)

mistura-de-cores

A impressora da gráfica não é capaz de medir as porcentagens de tinta e misturar todas elas em um “potão” de tinta assim como fazíamos com a tinta guache. Então a formação das cores é feita através de retículas (ilusão de ótica) gerando halftones, ou meio-tom. Retículas são “pontinhos”. Ou seja, quanto mais aberto, menores são os “pontinhos”/retículas e consequentemente a impressão é de que foi utilizada uma porcentagem menor de tinta (mais “claro”), e vice-versa.

Para visualizar uma demonstração do meio-tom, ou seja, nuance de cor criado a partir das cores CMYK através de retículas, veja a imagem abaixo:
(Clique na foto para ampliar)

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Veja abaixo uma imagem que exemplifica a tinta Magenta vista no monitor, em processo de impressão Off-set e em Flexografia ou Silkscreen: (clique na imagem para ampliar)

degrades-em-reticulas

Aplicando os conceitos na prática!

Vejamos agora um exemplo de como as imagens são formadas a partir de diversas retículas. Porém, agora não serão apenas as retículas de preto, mas sim, as retículas de Cyan, Magenta, Yellow e Black.  (Clique na foto para ampliar)

imagem-em-cromia

 

Veja mais um demonstrativo de como são compostas as cores em CMYK:
(Clique na foto para ampliar)

halftone-printing

Agora que já sabemos como é formada a imagem em CROMIA, vamos abordar alguns tópicos um pouco mais avançados. Lembram-se do PRETO formado pela junção de C+M+Y?
Pois bem, analisando a imagem abaixo podemos tirar duas conclusões:

  1. A cor PRETA, gerada pela tinta BLACK é muito mais escura, profunda, uniforme e dessaturada (não “puxa” nenhuma matiz como o marrom, azul, vermelho etc.).
  2. O texto PRETO formado por CMY, é formado através de retículas! Ou seja, afeta drasticamente a definição da imagem. Além disso, é muito comum este efeito atrapalhar a legibilidade de textos pequenos.

texto-preto-puro

 

 

De volta para o futuro

Agora é o momento em que você já conhece os conceitos básicos sobre CMYK, retículas, Cromias e todos os outros nomes que antes eram horripilantes e agora fazem parte de seu novo vocabulário profissional!

Tenha sempre em mente os conceitos ilustrados na hora de planejar seus projetos. Em caso de dúvidas, sempre discuta com seu fornecedor pois a única maneira de antever o futuro e buscar o melhor resultado possível é garantindo que o planejamento seja executado com atenção e muita bagagem de conhecimento!

 

E a história do branco ser ou não ser a junção de todas as cores?

Voltando a este assunto que abordamos acima, resta apenas ter em mente o último conceito deste post, o tipo de sistema de cores.

O branco, como aprendemos desde cedo é a junção de todas as cores sim, porém este conceito se refere à junção de LUZ. Enquanto que quando falamos de Guache, Lápis de cores, CMYK e outras aplicações estamos nos referindo à “tinta”. Portanto, a Luz é aditiva e a Tinta é subtrativa.

Um exemplo de sistema de cores aditivo é o RGB (Red, Green, Blue ou Vermelho, Verde, Azul em português). Este é o sistema utilizado pelo seu monitor por exemplo, enquanto que o sistema de cores utilizado para a impressão normalmente utiliza CMYK ou PANTONE. Veja na imagem abaixo o que acontece com a junção das cores primárias do sistema RGB:

rgb

 

 

Extra: E como é feita a mistura daquele tal de Pantone que tanto comentam por aí?

A mistura de tinta de Pantone não ocorre da mesma maneira que o CMYK, o PANTONE é formulado a partir de uma mistura real (mais ou menos como a técnica do guache, porém utilizando ferramentas precisas e específicas para este fim, mas o conceito é parecido).

As escalas de Pantone são sistemas de cores criados pela Pantone Inc., utilizado largamente pelo setor gráfico. Faremos um post neste blog exclusivamente para abordar este sistema.

Para mais informações, visite o site Oficial da Pantone em: http://www.pantone.com/

Espero que este post tenha sido proveitoso! Obrigado por nos acompanhar nesta trilha até aqui embaixo e até a próxima!

Caio Abe

Co-Fundador da M Embalagens e da agência Estilo7, graduado pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, atua como designer gráfico, front-dev e empreendedor desde 2007.

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